Friday, September 19, 2014

Africa do Sul IV - Oudtshoorn e Robberg Bay


Chego a Oudtshoorn depois de uma longa viagem. Era já escuro quando cheguei no De Zeekoe farm, onde passaria a noite.
O pessoal da recepção já me aguardava. Quando entrei no quarto tive uma surpresa: era algo como um quarto de luxo e eu tinha pagado um preço super normal, até mais em conta que aqui na Itália. Para ter uma ideia a cama era tinha um dossel e no próprio quarto uma banheira enorme de estilo antigo. Sem contar a lareira.
Relaxo um pouco e depois vou jantar. Sabendo que a cidade é famosa pela criação de avestruzes peço um bom filé de avestruz, que na verdade parece carne vermelha. Tem um sabor mais como o da carne vermelha, saborosa.
O dia seguinte faria uma excursão muito esperada: o Meerkat Adventures, ou seja, ver os simpáticos suricatas, animais da família dos mangustos.

Meerkat Adventures





Acordo bastante cedo, ao nascer do sol, o ponto de encontro em teoria era muito bem indicado. Chego no que eu achei que seria o local e não vejo ninguém, fico preocupado e ligo para o Denvey, a guia (na verdade o dono, ele tem uma pick-up e leva os turistas para observar os suricatas). Nao consigo entender quase nada do que ele fala (a pronuncia inglesa na África do Sul é terrível).
Começo a ficar nervoso e ele um pouco, descubro que estou do lado contrario do local... Imploro a ele para me ajudar e me esperar. Finalmente consigo entender o que ele fala e vou diretamente ao ponto, dentro de uma propriedade ao lado da estrada principal. Mais tarde entenderia o porque de nao ter encontrado. Tem diversos modos de chegar ali e eu tinha escolhido um que não era o que parecia no mapa...
Passado o susto, ele nos leva ao ponto de observação, não éramos muitos, máximo 10 pessoas. Ele nos deu cadeiras de tecido de armar.
Logo chegando lá estavam eles, em pé de uma espécie de monte de areia.
Nos sentamos lentamente para não assusta-los e Denvey começa a explicar todo o comportamento e vida deles. Na verdade ele não é nenhum biólogo ou coisa do tipo. É uma pessoa que se interessou por esses animais e sua conservação e que paga o esse seu interesse com os tours. Modo interessante de ganhar a vida!
Sem comentários, passamos praticamente uma hora e meia, penso, observando o modo curioso de como se comportam.
Retorno ao hotel para um ótimo café da manhã e seguir para ver as outras atrações do local.
Sigo diretamente para o mais distante, as grutas de Cango (Cango Caves). Muito bem organizado, é uma excursão com guia. Dentro, mesmo já tendo visitado coisas parecidas é sempre impressionante com a natureza pode criar estalactites, estalagmites, salões enormes... Relembrando sempre Julio Verne e seu viagem ao centro da terra.

Cango Caves









Ainda tinha duas coisas que eu queria fazer antes de prosseguir viagem para Knysna: ir ao Cango Wildlife Ranch (que estava na duvida) e ir a um Ostrich Show Farm (fazenda de avestruzes).
Decido passar no primeiro, tinha visto na internet que se podia entrar (a pagamento) nos recintos dos animais, como leões e tigres.
Entro no local e para falar a verdade é uma espécie de zoo, que pessoalmente não gosto, pois ver os animais em cativeiro me deprime um pouco.
Tem de tudo no zoo, tigres brancos, leões, leopardos, crocodilos enormes, hipopótamos...
Finalmente decido pagar para ter dois encontros, um com um guepardo e outro com os lêmures.
Nos preparamos para entrar, entram duas pessoas do ranch e mais a fotografa.
Nos dão indicações, para passar a mão somente na barriga e na testa e não se movimentar em modo brusco. Passamos desinfetantes nas mãos e nos sapatos.
Entro, mas tenho que dizer que estava tenso, afinal mesmo sendo animais nascidos em cativeiro são animais selvagens.

Cango Wildlife Ranch





Temos que entrar ao fundo, onde tinha esse guepardo deitado. Eramos em dois turistas. De repente ele decide se levantar e todo mundo fica meio tenso. Um dos rapazes se adianta e fica na frente, afinal o guepardo é mais acostumado com ele.
Me agacho e acaricio o animal, sensação muito interessante, apesar da minha tensão.
O próximo encontro seria mais tranquilo, os simpáticos lêmures de Madagascar.
E nao deu outra, os rapazes do zoo atraem eles e eu fico sentado quieto, nao passa muito e eles vem para cima de mim, sentando nas minhas pernas, no meu ombro e até se apoiando na minha cabeça com aquelas mãozinhas que quase parecem humanas.
Não precisa nem dizer a sensação fabulosa que tive!

Cango Wildlife Ranch Encounters





Saio dali muito contente, mas o tempo seria curto demais para visitar uma fazenda de avestruz e ainda prosseguir viagem para Knysna.
Até passo num, onde os guias me aconselharam de pegar estrada, pois o tour seria de mais ou menos uma hora. Foram muito gentis em me deixar ver a corrida final de avestruzes.
Sigo viagem, as estradas sempre muito boas e de vez em quando passo por pequenos povoados, com casas as vezes que parecem favelas.
Ao passar num desses vejo uma jovem atravessando a estrada com uma criança, como estava devagar paro para ela passar. Tive a nítida impressão que ela se surpreendeu com isso. Bom, de qualquer forma muitas vezes no nosso quotidiano podemos fazer esse tipo de gentileza, não custa nada. Claro que sem exageros, não estou dizendo que temos que parar cada vez que um pedestre atravessa fora da faixa.
Chego a Knysna, a cidade a beira de uma laguna, foz do rio de mesmo nome. Cidade famosa pelas ostras. E claro que não podia deixar passar, janto a base de peixe com ostras de entrada.
O dia seguinte levanto cedo e sigo rapidamente em direção a Plettenberg bay, onde faria uma caminhada numa reserva chamada Robberg Nature Reserve, onde tem uma península e se pode caminhar numa espécie de cabo, onde tem um farol.
A caminhada no total é de umas 4 horas. O local é de uma beleza impar. A trilha é bastante boa, em alguns pontos um pouco complicada devido ao forte vento. E uns pontos com rochedos sobre o mar.
Interessante que em muitos pontos se podem ver colônias de focas do alto, inclusive vê-las nadando em grupo.

Robberg Bay







Termino a caminhada por volta das 14:30, como o sanduiche que tinha preparado sentado num banco e admirando a paisagem.
Sigo viagem, pego o carro e afronto umas boas 3 horas de viagem para chegar em Port Elizabeth, onde no dia seguinte pegaria o voo para Vilankulos, em Moçambique.

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