Friday, October 3, 2014

Moçambique VI - Praia do Tofo






Peguei o ônibus para Tofo às 4:30.
Um veiculo era bem velho, e sento na primeira poltrona. Normalmente os ônibus tem dois lugares de cada lado. Esse era diferente, três em cada... Já se pode imaginar o aperto.  Além do motorista tinha uma espécie de cobrador, que ficava vendo se tinha gente na estrada querendo ir para Maputo, a destinação final.
Encontro um casal que tinha conhecido no mergulho no dia anterior. O rapaz, italiano e que mora em Maputo, trabalha na embaixada. A sua namorada mora na Bélgica.
Passadas umas 4 horas chegamos em Maxixe, onde teríamos que pegar um barco e atravessar um canal e chegar em Inhambane, onde se pegaria uma condução para Tofo.
Foi bom ter encontrado eles, pois assim fizemos o trajeto juntos.

Inhambane



Tofo





Entrando no porto, perguntamos do barco, um rapaz diz, é aqui mesmo e nos vende um ingresso, muito barato. E ali descobrimos que não era o ferry de linha, mas pequenas embarcações que ficavam superlotadas de gente...
Entramos nele e onde achávamos que não caberia mais ninguém, o responsável mandava entrar mais e mais gente. Éramos os únicos brancos...
O barco era bastante lento, e depois de uns 20 minutos chegamos a Inhambane. Uma cidadezinha colonial bem bonitinha. Contratamos um taxi para nos levar até Tofo, não sem a choradeira do rapaz italiano pelo preço, deixando o motorista irritado. A praia do Tofo é um pequeno vilarejo a uns 30 quilômetros.
No final o casal fica num albergue backpackers um pouco antes de onde eu tinha reservado e que era junto do centro de mergulho.
Faço o check-in e o dia está bastante bonito. A mulher da recepção fala somente inglês e já me coloca no mergulho de controle para a tarde.
A praia é muito bonita, areia fina e branca com poucas casas, não tem estrada asfaltada, é tudo de terra.
O instrutor é um moçambicano e falo em português com ele.
O local se chama chamber of secrets. A visibilidade não estava grandes coisas e não vimos grandes peixes: bat fish, lyon fish, uma pequena raia de fundo.
A tarde vou ao vilarejo para comprar algo, quando pergunto em supermercado a pessoa do centro sub quase ri: Aqui não tem supermercado, tem um mercadinho no centro.
E na verdade nem mercado é são barracas ou quiosques no meio da estrada de terra ao lado da praia.
De noite janto num restaurante bastante agradável na beira da praia, mas distante do chalé onde estava, mas não tinha perigo.  Não deixei de sair com uma lanterna, pois em alguma parte nem luz tinha.
No dia seguinte saímos bem cedo para o primeiro mergulho: Manta Point.
O nome não negou e mesmo com pouca visibilidade vimos umas três mantas. Além de tartarugas, moreia, garoupa e outros.







O saída do mergulho era negativa, ou seja, de costas. O barco era um bote inflável grande.
O segundo mergulho estava programado para as 11:30 e no meio tempo se tentaria achar algum tubarão baleia, motivo pelo qual tinha escolhido a praia do Tofo.
Estava difícil achar um, mas nessa busca vimos baleias, muito perto de nos. Pena que não dava para filmar direito, primeiro porque balançava muito e segundo porque não estava com a minha câmera melhor, para não molhar.
Depois de um tempo finalmente topamos com um tubarão baleia, a emoção era grande e caímos na agua para fazer snorkelling com ele. De novo a visibilidade não estava lá’ essas coisas, mas foi muito legal vê-lo de perto, e inclusive tinham filhotes.  Também tinha uma guerra entre os mergulhadores, que queriam cada um ficar o mais próximo possível.



Meu amigo Pedro




Mas no final foi bem emocionante. Retornamos ao bote para o segundo mergulho em Giants, sem muitas novidades do que já havíamos visto de manhã.
Retornamos em torno da hora do almoço. Como no próprio centro de mergulho, que dá de frente para a praia. Começo a olhar o horizonte e para minha surpresa, a cada dois minutos passavam baleias ao largo!
À tarde vou passear pela praia para fotografar, e começam os assédios de meninos querendo vender souvenir e pulseiras, sempre dizendo que ajudaria a comprar material escolar. E quando eu respondia em português eles se surpreendiam. Depois de uns cinco comecei a levar na esportiva, dizendo a eles que já tinha comprado um monte e que não teria nem mais amigas para dar as pulseiras.
Um inclusive cheguei a encontrar varias vezes, Pedro.
No dia seguinte o tempo virou, estava ventando muito e o mar bem agitado, com ondas grandes. Tivemos que desistir do ponto de mergulho, pois chegaríamos lá certamente com enjoo.
Voltamos e fizemos Giants novamente. Vimos baleias saltando na nossa frente...
Tinha corrente e o mergulho não foi muito agradável, acabei esbarrando em ouriços e os espinhos atravessaram o neoprene na altura da minha perna.
Doía um pouco e ao retornar me deram a dica de passar limão e bater com uma colher no local, que faria estilhaçar os espinhos e esses saíram de maneira espontânea.
Apesar de ser meio estranho funcionou.
Mais tarde o mergulho seria o mesmo e decido não fazer, pois a corrente não tinha dado muito prazer ao passeio.



Fico apreciando as baleias passarem e saltarem ao largo!
No dia seguinte o ultimo mergulho  foi no Saloon, a visibilidade foi a melhor de todas, e embora a profundidade não era grande (em torno aos 20 metros, contra os 30 do Manta Point)  foi bem agradável, vimos um peixe crocodilo, lagostas e box fish.
A tarde passeei pela praia para relaxar. Depois jantei num restaurante típico, onde experimentei a matapa, prato típico de Moçambique, a base de mandioca, alho e caranguejo.
O dia seguinte seria cansativo, teria que acordar as 4 da manhã e pegar uma minivan para Maputo, com duração de 11 horas e dali uma outra de mais 3 horas e meia para Malelane, África do Sul, para a esperada visita ao parque Kruger e  fazer os safaris!

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