Friday, October 17, 2014

Africa do Sul VIII (ultima parte) - Kruger National Park e Sabi Sands



Depois da caminhada na savana parto em direção a Tamboti, seria uns 140 kms de distancia, pode parecer pouco, mas com o limite de 40km/h e mais as paradas para ver os animais daria cerca de pelo menos umas 5 horas pelo menos.
Ainda tinha esperança de ver um leopardo, era o único animal dos big five que me faltava.
A viagem foi agradável, fazia claro bastante calor, embora fosse inverno. E devo dizer que passava reto quando via os animais costumeiros, como zebras, girafas, impalas...
Me lembro que passando perto de um lago, a paisagem parecia de documentário ou algo como um cenário pré-histórico. Um elefante enorme bebia agua e hipopótamos e jacarés dividiam o lago com pássaros e antílopes.
Depois faço um desvio para um tipo de arvore descrito no mapa: Baobab. Arvore que pode chegar até os 30 metros de altura e 7 de diâmetro.
Continuando a viagem, um pouco antes de chegar a Tamboti vejo vários carros parados abaixo de uma árvore, a estrava marginava um rio, que nessa época é praticamente seco.
Tinha aprendido que quando tem muitos carros parados é sinal que um animal diferente está por perto. Estaciono o carro e começo a procurar o que eles estão olhando.  Não sei porque, mas decido olhar para cima, e para minha surpresa vejo o último dos 'big five' que me faltava, um belo leopardo deitado descansando no ramo da arvore.  Indescritível...



Tenda em Tamboti

Proteção eletrificada - Tamboti




Fico ali por bastante tempo, até que o belo felino se cansa de tanto olharem ele, desce da arvore e desaparece nas folhagens.
Sigo viagem e chego a Orpen, Tamboti, onde ficaria, é um campo satélite, ou seja, não fica no campo principal. Eram tendas tipo de exército às margens de um rio seco nessa época.
A pessoa da recepção de Orpen me dá as indicações e me diz para estar atento com os babuínos, e não deixar nenhum tipo de comida no quarto, pois esses animais são bem espertos e são capazes de abrir a porta. Curioso também é que eles tem geladeira fora da tenda, com grades e tranca....
O rapaz da recepção me diz também que muito provavelmente de noite seria visitado por um tipo de animal que procura por comida. Ele me mostra um desenho, mas não entendo muito bem que animal é. Olhando o nome em inglês descubro que é um texugo. Coisa que nunca tinha visto, somente estudado.
Descanso um pouco e depois vou ao encontro para o safari do pôr do sol.
Tudo transcorria normalmente quando vimos um casal de leões na estrada asfaltada. A um certo ponto, o rapaz diz que a leoa estava desafiando o macho. Não entendo muito bem, mas a fêmea começa a cutucar o macho com a cabeça, de repente o rei das selvas se levanta e faz valer a sua virilidade! Foi muito rápido, acho que no máximo umas três ou quatros estocadas. Inútil dizer que foi incrível, apesar da falta de privacidade (eheheh) e ver um casal de leões acasalando....





Retorno ao campo e janto na varanda.
Vou dormir e a uma certa hora acordo com um barulho, algum animal fora estava mexendo no cesto de lixo fora da tenda....
Provavelmente algum babuíno ou o tal do texugo. Não dou bola, até que começo a escutar um barulho como se o animal estivesse querendo abrir a porta ou entrar na tenda....
Começo a fazer um barulho para ver se os bichos se assustam, bem, não mexiam mais na barraca, mas continuavam a remexer fora. Tive que dormir com o barulho....
Acordo bem cedo, pois tinha também reservado o safari do nascer do sol.
Acordo lá pelas 5 da manhã. Era escuro ainda e teria que caminhar uns 100 metros até o ponto de encontro.
Escuto um barulho incrível, pareciam rugidos.
E pensei comigo mesmo, a pé por 100 metros não vou caminhar nem que me paguem. Pego o carro e estaciono perto do ponto de encontro, onde ficavam as casas de serviços do campo. O motorista é uma mulher, enquanto falo com ela, os rugidos continuam, e pergunto a ela o que seria. Ela me responde, devem ser leões...
De qualquer forma o safari foi bastante normal, sem novidades em relação a tudo o que eu havia já visto.
Retornamos ao campo pelas 8, tomo o café da manhã e sigo estrada para a reserva Sabi Sands, que era particular e eu tinha curiosidade de ver a diferença do Kruger, que era um parque publico.
O caminho para o lodge Umkumbe era longo, pouco mais de 200 kms, mas eu teria que passar por dentro do Kruger, então teria que me conter para não parar muito para chegar num horário decente.
De qualquer modo demorei bastante para chegar no lodge, após sair do parque pego uma estrada normal e depois uma de terra, muito ruim, com velocidade não maior que 30km/h.
Cheguei ao portão do parque Sabi Sands, na verdade era um gate que servia para vários lodges de outras reservas.
Ali fiquei nervoso, pois os guardas do parque me deixaram esperando porque tinha uma outra pessoa que tinha usado o meu nome. Perdi uma meia hora nessa historia e tinha que chegar até um certo horário.
No final chego no lodge a tempo de fazer um almoço muito rápido e logo depois partir para o safari da tarde. Pelo dinheiro que tinha pagado por uma noite não poderia perdê-lo.
A qualidade do hotel era claramente muito superior aos campos do Kruger e o local muito sugestivo, afinal estava no meio da savana.
Além do mais não tinha estrada de asfalto.

Sabi Sands












Um rapaz muito educado me recebeu e me tranquilizou quanto aos horários. O game drive (como eles chamam os safaris) era bastante diferente, o jipe com lugar para apenas 9 pessoas, e interessante que tinha uma poltrona colocada fora do jipe, na frente do motor, do lado oposto do motorista.
Era como um batedor, que vai na frente para verificar a área e procurara os animais. Me lembrou um ‘buana’, pois enquanto o motorista era o rapaz branco, o batedor era um senhor de cor.
O safari era bem mais caraterístico, pois não tinha estrada asfaltada, praticamente o contato era muito mais próximo com a savana.
Porém em relação aos animais não vimos nenhum felino, coisa que eu esperava bastante, pela informação que eu tinha a reserva particular era muito mais ‘recheada’ de animais.
E o que vimos foram os animais de sempre, inclusive com rinocerontes bastante próximos, claro que as explicações do rapaz eram muito mais completas que as do Kruger.
Retornamos para o jantar, que foi na parte de fora, o buffet era muito bom e na minha mesa conversei com um casal russo e outro alemão. O casal russo estava já a mais tempo  e fala que em 6 game drives não tinham visto nenhum leão ou felino. Então tive a certeza de ter tido bastante sorte no Kruger!
No outro dia o safari matinal foi a mesma coisa, sem nada muito especial.
Estava um pouco preocupado por ter que chegar no aeroporto para o voo que me levaria a Johannesburg e depois de retorno a casa.
Mas no final correu tudo bem, e após uma longa espera no aeroporto retorno bastante contente pela bela experiência de viagem.

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