Sunday, November 22, 2009

Além do Círculo Polar Ártico - Ilhas Lofoten (Noruega) - Parte II

Continuando a viagem nas Ilhas Lofoten...
Inicialmente gostaria de passar o link para um ensaio de fotos que fiz num museu do bacalhau em branco e preto:




Ensaio Museu do Bacalhau


Para quem não tem paciência para ler o blog, seguem os links com as fotos:

Oslo Photo Album
Lofoten Photo Album Part I (Days 1 - 4)
Lofoten Photo Album Part II (Days 5 - 8)
Lofoten Photo Album Part III (Days 9 - 14)
Norway 2009 BW Art Photo Album
Ensaio Branco e Preto - Bacalhau


9° Dia (15-08)

Partimos de manhã para Sorvagen, cidadezinha perto de uma outra bastante famosa nas ilhas Lofoten: Å.
Famosa pela pesca do bacalhau e também por sua estocagem. A programação para o dia era de se fazer o trekking ao refúgio Munkebu, mas chovia bastante e parte do grupo (inclusive eu) preferiu fazer um passeio pelo pequeno vilarejo.
Com a chuva não se podia fazer muito e entramos no Tørrfiskmuseum (museu do bacalhau). Dentro tinha tudo desde a pesca do bacalhau até como era tratado para ser secado, salgado e estocado.
Falamos com o diretor do museu, que na verdade era também o dono dos Rorbuer onde estávamos hospedados, que, diga-se de passagem, um dos mais aconchegantes e sugestivos do passeio.
Além disso, ele falava italiano, pois 85% da produção do bacalhau é exportada para a Itália. O bacalhau à Vicentina é um prato muito famoso e feito com o Stoccafisso.
O lugar era bastante sugestivo, principalmente pelas cabeças de bacalhau seco espalhadas por todos os cantos, dando uma impressão um tanto estranha.
Saímos e fomos almoçar em um restaurante perto do porto, onde pagamos um preço fixo por um buffet que tinha todo tipo de peixe da região: salmão, bacalhau, arenque, e tudo feito de várias maneiras. Como sou fanático por peixe defumado não posso deixar de destacar esse tipo de preparação.
Após sair do restaurante visitamos o vilarejo de novo, visto que era, na verdade um museu ao ar livre, com suas casas e negócios antigos (padaria, armazéns, etc...).



10° Dia (16-08)

Finalmente sem partidas cedo, ficaríamos por ali uns dois dias. E esse dia amanheceu lindo, com sol e um belo céu azul.
Partimos a pé para Å (cerca 3 km), de onde iniciaria a trilha do passo Stokkvika.
Essa trilha seria tranqüila, apesar de alguns pedaços com correntes de proteção em partes expostas. O caminho todo seguíamos costeando um lago belíssimo. E vendo ao longe umas montanhas dignas do ‘Senhor dos Anéis’ .
Chegamos a um ponto no final do lago onde havia uma pequena casa e muito convidativo para parar, comer e descansar ao sol. E foi o que fizemos. Eu e mais alguns loucos entramos nas águas geladas do lago.
Ficamos por ali pelo menos uma hora, depois disso Angelo e Ezio decidiram ir ao Passo Stokkvika, que ficava atrás do lago, no fundo era uma subida bem íngreme que levava a uma sela de cavalo (o passo) entre as montanhas que tínhamos visto no inicio da trilha.
Quando eles retornaram tomamos o rumo de volta. Passamos de novo em Å, que agora tinha um outro ar, com o céu aberto e azul. Paramos para uma cerveja no porto e depois retornamos ao nosso Rorbu.







11° Dia (17-08)

Nesse dia o grupo se separou, tínhamos um passeio de barco opcional, e eu e mais outros seis do grupo fomos ao porto em Å para entrar num verdadeiro pesqueiro e fazer um passeio pela redondeza, com pesca de bacalhau incluída e para ver o Maelstrom, que significa redemoinho em língua escandinava.
No fundo o redemoinho nem se vê muito bem. O passeio foi interessante, pois o barco é um pesqueiro de verdade, que fora de estação é usado para turismo.
O mar não estava muito agitado, mas foi o suficiente para fazer algumas ‘baixas’, e a maioria ficou enjoada e quieta num canto da embarcação. Eu e Cristina fomos os únicos a conseguirem pescar um peixe.
Usamos somente uma linha com anzol e as iscas falsas. Mal Cristina coloca a linha na água e já pega um peixe enorme, que o dono do barco teve que ajudar a trazer o bicho para dentro, não era para menos, um bacalhau de dez quilos!
Eu tentava, mas nada, até que de repente uma fisgada forte, comecei a puxar, depois de um tempo pensei que o peixe tinha escapado, pois não estava fazendo muita força, mas estava pego, e chegando no final da linha um belo animal de uns 4 quilos, sempre segundo os cálculos do dono do barco.
Tentamos mais, mas sem resultado, e vendo que os outros não estavam passando tão bem, prosseguimos.
Paramos num lugar muito bonito, onde o pescador nos mostrou fotos antigas de sua família, nos contando historias, que as terras ali pertenciam a eles e seus antepassados.
Antes de chegar a terra ele nos limpou os peixes, praticamente jogando tudo fora e deixando somente o filé.
Voltamos cedo e ainda deu tempo para pegar um ônibus e visitar uma cidadezinha perto chamada Reine, muito bonita. Inclusive com uma montanha que eles acham parecida com o Pão de Açúcar do Rio de Janeiro, um pouco exagerada como comparação, mas o local não deixava de ser realmente bonito.
Enquanto os outros decidiram voltar de ônibus eu e Ezio decidimos fazer o trajeto de retorno a pé, cerca de 7 km. O que fizemos em um ritmo muito bom e chegamos em menos de duas horas.
A noite preparamos três tipos de receita com o bacalhau pescado e incrivelmente com apenas dois peixes comemos em 16 pessoas! Sem comentários sobre o sabor divino do peixe fresco.







12° Dia (18-08)

Nesse dia partimos cedo, pois teríamos que pegar o barco de Moskenes até o nosso próximo destino, a ilha de Vaeroy. O trajeto durou cerca de uma hora e meia em direção ao sul.
O dia estava lindo e o trajeto era muito bonito, conversamos com o capitão do navio e vendo todas as tecnologias avançadas de radar e sonar utilizadas.
Chegamos a ver um pouco do famoso redemoinho.
Nos acomodamos numa espécie de albergue da juventude e partimos para ver o que seria, na minha opinião, uma das mais belas paisagens da viagem.
O nome do trekking era Nordland/Mastad, um antigo vilarejo do lado oposto da ilha.




A caminhada iniciou tranqüila pela costa, vendo as praias de águas azuis de um lado e montanha de outro.
Chegando a um certo ponto dobramos a esquerda, para entrar por uma espécie de passagem entre duas montanhas e depois de uma subida, uma surpresa incrível: do alto se via uma montanha e uma baía com águas de uma cor indescritível, que me fez ficar de boca aberta com tamanha beleza.
Sigo caminho e chego finalmente a Mastad, um pequeno vilarejo praticamente abandonado, mas com uma paz incrível. E ali estávamos poucos, impossível de não sentir um sentimento de tranqüilidade e felicidade.
Retornamos, e na volta acabei me desgarrando do caminho natural e arrisquei bastante tendo que passar por caminhos de pedras que tinham se desprendido das montanhas.
Mas no fim tudo saiu bem e quase a chegar uma bela chuva nos pega de surpresa. Mas no final da trilha uma paisagem incrível, um arco-íris de arco inteiro!
Voltamos ao albergue, fiz mais umas fotos do local e depois de um bom jantar fomos dormir.





13° Dia (19-08)

Acordamos não muito cedo para pegar o barco para a pequena ilha de Rost, o nosso ultimo destino nas Lofoten.
Depois de quase duas horas chegamos na ilha, o tempo estava lindo.
Uma senhora veio nos buscar e incrivelmente para chegar no Rorbu tinha que atravessar em barco do centro da cidade ao albergue. Isso significava que para conhecer o lugar teríamos que pegar um barco a remo que era colocado a nossa disposição!
O mais divertido é que ao lado da nossa casa morava a senhora que tinha vindo nos buscar, e cheia de gaivotas no teto. A casa parecia uma coisa de filme de Hitchcock!
Bom, nesse dia era previsto um outro passeio opcional de barco para avistar pássaros (birdwatching).
Os pássaros típicos são a Pulcinella di Mare (Fratercula arctica), que em português seria papagaio de mar ou fradinho.
O passeio foi maravilhoso, o céu estava límpido e vimos várias espécies de gaivotas, cormorões, os papagaios de mar, que são super pequenos, e até a águia de mar, muito linda, somente com binóculos.
Chegando a uma pequena ilhota com um farol, avistamos focas. Descemos na ilha do farol e fizemos uma pequena caminhada.
Na volta passamos por uma ilhota, que tinha um pequeno marco dedicado a um navegador veneziano chamado Pietro Querini, que ali naufragou em 1432. Essa ilhota foi dada de presente a Itália, visto que a lenda conta que foi esse navegador que trouxe o bacalhau da Noruega para a Itália.




14° Dia (20-08)

Decidimos ficar todo o dia na ilha e embarcar de volta a Bodo somente a noite. Dessa maneira economizaríamos uma noite de hotel naquela cidade.
Não fomos muito felizes, pois choveu o dia inteiro. De qualquer forma foi bom, pois não teríamos muito que fazer em Bodo.
Atravessamos em barco a remo (tive que demonstrar as minhas habilidades de remador ;) ) e caminhamos por toda a ilha, passeando pelo centro, visitando a igrejinha típica e vendo as casas de madeira da região.
Impressionante como não se vê quase ninguém.
À noite pegamos o barco para Bodo.



15° Dia (21-08)

Em Bodo chegamos por volta das 4 da manhã, e fomos direto ao aeroporto. Pegamos o vôo para Oslo.
Em Oslo eu me separaria do grupo, que ficaria ali uma noite para retornar a Itália no dia seguinte. Eu continuei no aeroporto e peguei o vôo para Bergen, onde continuaria a minha viagem.
Mas esse será um outro post do blog. Até lá.

2 comments:

  1. Preciosas las fotos del Bacalao... Dan un poco de miedo!

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  2. Ya, es interesante como se puede cambiar el clima con la foto blanco y negro. A parte que las cabezas de bacalao causan seguramente una grande impresion...
    Gracias!

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