Inicialmente gostaria de passar o link para um ensaio de fotos que fiz num museu do bacalhau em branco e preto:
Ensaio Museu do Bacalhau
Para quem não tem paciência para ler o blog, seguem os links com as fotos:
Oslo Photo Album
Lofoten Photo Album Part I (Days 1 - 4)
Lofoten Photo Album Part II (Days 5 - 8)
Lofoten Photo Album Part III (Days 9 - 14)
Norway 2009 BW Art Photo Album
Ensaio Branco e Preto - Bacalhau
9° Dia (15-08)
Partimos de manhã para Sorvagen, cidadezinha perto de uma outra bastante famosa nas ilhas Lofoten: Å.
Famosa pela pesca do bacalhau e também por sua estocagem. A programação para o dia era de se fazer o trekking ao refúgio Munkebu, mas chovia bastante e parte do grupo (inclusive eu) preferiu fazer um passeio pelo pequeno vilarejo.
Com a chuva não se podia fazer muito e entramos no Tørrfiskmuseum (museu do bacalhau). Dentro tinha tudo desde a pesca do bacalhau até como era tratado para ser secado, salgado e estocado.
Falamos com o diretor do museu, que na verdade era também o dono dos Rorbuer onde estávamos hospedados, que, diga-se de passagem, um dos mais aconchegantes e sugestivos do passeio.
Além disso, ele falava italiano, pois 85% da produção do bacalhau é exportada para a Itália. O bacalhau à Vicentina é um prato muito famoso e feito com o Stoccafisso.
O lugar era bastante sugestivo, principalmente pelas cabeças de bacalhau seco espalhadas por todos os cantos, dando uma impressão um tanto estranha.
Saímos e fomos almoçar em um restaurante perto do porto, onde pagamos um preço fixo por um buffet que tinha todo tipo de peixe da região: salmão, bacalhau, arenque, e tudo feito de várias maneiras. Como sou fanático por peixe defumado não posso deixar de destacar esse tipo de preparação.
Após sair do restaurante visitamos o vilarejo de novo, visto que era, na verdade um museu ao ar livre, com suas casas e negócios antigos (padaria, armazéns, etc...).
10° Dia (16-08)
Finalmente sem partidas cedo, ficaríamos por ali uns dois dias. E esse dia amanheceu lindo, com sol e um belo céu azul.
Partimos a pé para Å (cerca 3 km), de onde iniciaria a trilha do passo Stokkvika.
Essa trilha seria tranqüila, apesar de alguns pedaços com correntes de proteção em partes expostas. O caminho todo seguíamos costeando um lago belíssimo. E vendo ao longe umas montanhas dignas do ‘Senhor dos Anéis’ .
Chegamos a um ponto no final do lago onde havia uma pequena casa e muito convidativo para parar, comer e descansar ao sol. E foi o que fizemos. Eu e mais alguns loucos entramos nas águas geladas do lago.
Ficamos por ali pelo menos uma hora, depois disso Angelo e Ezio decidiram ir ao Passo Stokkvika, que ficava atrás do lago, no fundo era uma subida bem íngreme que levava a uma sela de cavalo (o passo) entre as montanhas que tínhamos visto no inicio da trilha.
Quando eles retornaram tomamos o rumo de volta. Passamos de novo em Å, que agora tinha um outro ar, com o céu aberto e azul. Paramos para uma cerveja no porto e depois retornamos ao nosso Rorbu.
11° Dia (17-08)
Nesse dia o grupo se separou, tínhamos um passeio de barco opcional, e eu e mais outros seis do grupo fomos ao porto em Å para entrar num verdadeiro pesqueiro e fazer um passeio pela redondeza, com pesca de bacalhau incluída e para ver o Maelstrom, que significa redemoinho em língua escandinava.
No fundo o redemoinho nem se vê muito bem. O passeio foi interessante, pois o barco é um pesqueiro de verdade, que fora de estação é usado para turismo.
O mar não estava muito agitado, mas foi o suficiente para fazer algumas ‘baixas’, e a maioria ficou enjoada e quieta num canto da embarcação. Eu e Cristina fomos os únicos a conseguirem pescar um peixe.
Usamos somente uma linha com anzol e as iscas falsas. Mal Cristina coloca a linha na água e já pega um peixe enorme, que o dono do barco teve que ajudar a trazer o bicho para dentro, não era para menos, um bacalhau de dez quilos!
Eu tentava, mas nada, até que de repente uma fisgada forte, comecei a puxar, depois de um tempo pensei que o peixe tinha escapado, pois não estava fazendo muita força, mas estava pego, e chegando no final da linha um belo animal de uns 4 quilos, sempre segundo os cálculos do dono do barco.
Tentamos mais, mas sem resultado, e vendo que os outros não estavam passando tão bem, prosseguimos.
Paramos num lugar muito bonito, onde o pescador nos mostrou fotos antigas de sua família, nos contando historias, que as terras ali pertenciam a eles e seus antepassados.
Antes de chegar a terra ele nos limpou os peixes, praticamente jogando tudo fora e deixando somente o filé.
Voltamos cedo e ainda deu tempo para pegar um ônibus e visitar uma cidadezinha perto chamada Reine, muito bonita. Inclusive com uma montanha que eles acham parecida com o Pão de Açúcar do Rio de Janeiro, um pouco exagerada como comparação, mas o local não deixava de ser realmente bonito.
Enquanto os outros decidiram voltar de ônibus eu e Ezio decidimos fazer o trajeto de retorno a pé, cerca de 7 km. O que fizemos em um ritmo muito bom e chegamos em menos de duas horas.
A noite preparamos três tipos de receita com o bacalhau pescado e incrivelmente com apenas dois peixes comemos em 16 pessoas! Sem comentários sobre o sabor divino do peixe fresco.
12° Dia (18-08)
Nesse dia partimos cedo, pois teríamos que pegar o barco de Moskenes até o nosso próximo destino, a ilha de Vaeroy. O trajeto durou cerca de uma hora e meia em direção ao sul.
O dia estava lindo e o trajeto era muito bonito, conversamos com o capitão do navio e vendo todas as tecnologias avançadas de radar e sonar utilizadas.
Chegamos a ver um pouco do famoso redemoinho.
Nos acomodamos numa espécie de albergue da juventude e partimos para ver o que seria, na minha opinião, uma das mais belas paisagens da viagem.
O nome do trekking era Nordland/Mastad, um antigo vilarejo do lado oposto da ilha.
A caminhada iniciou tranqüila pela costa, vendo as praias de águas azuis de um lado e montanha de outro.
Chegando a um certo ponto dobramos a esquerda, para entrar por uma espécie de passagem entre duas montanhas e depois de uma subida, uma surpresa incrível: do alto se via uma montanha e uma baía com águas de uma cor indescritível, que me fez ficar de boca aberta com tamanha beleza.
Sigo caminho e chego finalmente a Mastad, um pequeno vilarejo praticamente abandonado, mas com uma paz incrível. E ali estávamos poucos, impossível de não sentir um sentimento de tranqüilidade e felicidade.
Retornamos, e na volta acabei me desgarrando do caminho natural e arrisquei bastante tendo que passar por caminhos de pedras que tinham se desprendido das montanhas.
Mas no fim tudo saiu bem e quase a chegar uma bela chuva nos pega de surpresa. Mas no final da trilha uma paisagem incrível, um arco-íris de arco inteiro!
Voltamos ao albergue, fiz mais umas fotos do local e depois de um bom jantar fomos dormir.
13° Dia (19-08)
Acordamos não muito cedo para pegar o barco para a pequena ilha de Rost, o nosso ultimo destino nas Lofoten.
Depois de quase duas horas chegamos na ilha, o tempo estava lindo.
Uma senhora veio nos buscar e incrivelmente para chegar no Rorbu tinha que atravessar em barco do centro da cidade ao albergue. Isso significava que para conhecer o lugar teríamos que pegar um barco a remo que era colocado a nossa disposição!
O mais divertido é que ao lado da nossa casa morava a senhora que tinha vindo nos buscar, e cheia de gaivotas no teto. A casa parecia uma coisa de filme de Hitchcock!
Bom, nesse dia era previsto um outro passeio opcional de barco para avistar pássaros (birdwatching).
Os pássaros típicos são a Pulcinella di Mare (Fratercula arctica), que em português seria papagaio de mar ou fradinho.
O passeio foi maravilhoso, o céu estava límpido e vimos várias espécies de gaivotas, cormorões, os papagaios de mar, que são super pequenos, e até a águia de mar, muito linda, somente com binóculos.
Chegando a uma pequena ilhota com um farol, avistamos focas. Descemos na ilha do farol e fizemos uma pequena caminhada.
Na volta passamos por uma ilhota, que tinha um pequeno marco dedicado a um navegador veneziano chamado Pietro Querini, que ali naufragou em 1432. Essa ilhota foi dada de presente a Itália, visto que a lenda conta que foi esse navegador que trouxe o bacalhau da Noruega para a Itália.
14° Dia (20-08)
Decidimos ficar todo o dia na ilha e embarcar de volta a Bodo somente a noite. Dessa maneira economizaríamos uma noite de hotel naquela cidade.
Não fomos muito felizes, pois choveu o dia inteiro. De qualquer forma foi bom, pois não teríamos muito que fazer em Bodo.
Atravessamos em barco a remo (tive que demonstrar as minhas habilidades de remador ;) ) e caminhamos por toda a ilha, passeando pelo centro, visitando a igrejinha típica e vendo as casas de madeira da região.
Impressionante como não se vê quase ninguém.
À noite pegamos o barco para Bodo.
15° Dia (21-08)
Em Oslo eu me separaria do grupo, que ficaria ali uma noite para retornar a Itália no dia seguinte. Eu continuei no aeroporto e peguei o vôo para Bergen, onde continuaria a minha viagem.
Mas esse será um outro post do blog. Até lá.
Preciosas las fotos del Bacalao... Dan un poco de miedo!
ReplyDeleteYa, es interesante como se puede cambiar el clima con la foto blanco y negro. A parte que las cabezas de bacalao causan seguramente una grande impresion...
ReplyDeleteGracias!