Saí em agosto, o único mês possível para tirar férias um pouco mais prolongadas na Itália.
De qualquer forma, como eu já tinha feito umas duas semanas no Caminho de Santiago, não achava que teria mais de outras duas. No entanto, por causa da crise fui ‘convidado’ a tirar uma terceira.
Não vou reclamar.
A viagem escolhida foi um trekking para as ilhas Lofoten, na Noruega.
Fui com a mesma agência do ano passado: Avventure nel Mondo. A duração do passeio seria de duas semanas, mas decidi ficar uma a mais por minha conta para conhecer outras partes da Noruega, famosa por seus fiordes. Eu não tinha muita expectativa no inicio, mas depois de fazer umas pesquisas na internet e ver as fotos comecei a me animar.
As ilhas Lofoten estão bem ao norte, acima do círculo polar ártico. Seriam duas semanas de caminhada por ali. Visualizza Lofoten in una mappa di dimensioni maggiori
Na terceira semana, que deveria fazer por minha conta, incluí Bergen, cercanias e Geiranger, este último um dos fiordes mais famosos.
Antes de mais nada, abaixo seguem os links com muito mais fotos!
Oslo Photo Album
Lofoten Photo Album Part I (Days 1 - 4)
Lofoten Photo Album Part II (Days 5 - 8)
Lofoten Photo Album Part III (Days 9 - 14)
Norway 2009 BW Art Photo Album
Ensaio Branco e Preto - Bacalhau
1° Dia (07-08)
Partimos de Roma em direção a Bodø, ponto de partida para as Lofoten. O vôo partiu numa sexta-feira, bem cedo com escala em Frankfurt e Oslo. Passamos o dia inteiro em Oslo até pegar a conexão para Bodø.
2° Dia (08-08)
No dia seguinte, organizamos toda a comida que tínhamos trazido da Itália, visto que dormiríamos em lugares pequenos e os altos custos da Noruega. O grupo era de 16 pessoas incluindo o coordenador e o número de caixas de comidas eram umas 5 ou 6...
Partimos com o famoso navio postal Hurtigruten em direção a Svolvaer.
Foram seis horas de navegação e ao chegar perto das ilhas a neblina que cobria os picos ao longe dava a idéia de mistério e beleza do lugar.
O local onde dormiríamos é uma espécie de cabana em madeira, muito rústica e aconchegante, na verdade esses tipos de alojamento são chamados Rorbu (Rorbuer, plural), típicos das ilhas Lofoten e do norte da Noruega. São cabanas de pescador (casa do remador, literalmente), geralmente em palafitas, pintadas de vermelho e bem espartanas. Hoje muitas foram transformadas em acomodações turísticas.
3° Dia (09-08)
No domingo a nossa primeira caminhada, o Haugen Trek, e que iniciamos da parte oposta por questões operacionais, ou seja, saímos de Haugen (aonde chegamos de condução) e voltamos a pé até Svolvaer. Apesar de ser relativamente dura, a paisagem compensou o esforço e já dava para sentir que a viagem não seria por nada monótona. Lindos lagos com neve ao redor e vistas do mar ao longe. Vou deixar a opinião por conta das fotos :-)
E no caminho nos deparamos com enormes cogumelos e mirtilo, que podíamos comer a vontade.
4° Dia (10-08)
Já no dia seguinte fizemos um passeio light pela manhã: barco de pesca para visitar o Trollfjord e uma parada para pescar algum bacalhau e tomar uma sopa de peixe bem quentinha. E devo admitir que pescar sem isca, com apenas umas coisas de borracha colorida no anzol foi bem diferente.
A tarde seria um trekking ao Monte Floya, que tem um dos cartões postais de Svolvaer, o passo da cabra, que na verdade é um vão entre duas rochas no topo desse monte e que ‘loucos’ dão um salto de um ponto a outro.
Eu até iniciei a trilha, mas logo depois percebi que seria demais para as minhas limitações, visto que seria bastante dura com meias escaladas e decidi com outras pessoas do grupo de fazer dar uma passeada com calma na cidade. E foi legal para ver um pouco das estruturas em madeira utilizadas para secar o bacalhau.
O bacalhau é trabalhado em dois modos principais: Dissecação, onde são pendurados em estruturas de madeira (hjell) e deixados secar ao sol. Esse tipo é chamado de Stoccafisso na Italia. O outro método é a salgadura e é o bacalhau que normalmente conhecemos.
5° Dia (11-08)
Na terça partimos para Henningsvaer cedo, para fazer um passeio de kayak.
Mais um lugar muito interessante, sempre uma paisagem linda e lugares desolados, onde praticamente víamos as casas de madeira e o mar. Infelizmente o passeio foi ‘estragado’ pela forte chuva, que nos castigou praticamente pelas duas a três horas que estivemos remando.
Retornamos encharcados e com um frio de doer... E a tarde devido a chuva desistimos da trilha, que no final foi feita somente por Pierfrancesco (o coordenador), Franz e Cristina (casal de Bolzano habituado a trilhas em qualquer situação).
No final da tarde a chuva passou e pudemos dar uma volta no vilarejo e redondezas, até uma pequena ilha chamada Sauoya. Nessa ilha encontramos uma espécie de refugio, provavelmente feito para os pescadores dormirem quando estão ali para trabalhar. Essa pequena cabana de madeira, cônica, quase com um estilo de índio americano e dentro muitas peles de rena para servir de cobertor.
Também muito interessante o braço de mar de Henningsvaer, com reflexos lindos das casas de madeira. O jantar no sótão do Rorbu foi no mínimo sugestivo: cabeças de peixe penduradas por todos os lados, redes de pescador e barcos faziam a decoração do local, provavelmente utilizado como armazém em outros tempos.
6° Dia (12-08)
Acordamos cedo mais uma vez para ir ao próximo destino, Maervoll, aonde deixaríamos as nossas bagagens para logo após iniciar a trilha do dia.
O trajeto era de Eggum até Unstad, seguindo pela costa, vendo o mar do norte e suas praias. O tempo estava bem melhor, nublado e bastante instável.
Passamos por trilhas muito estreitas em encostas altas. Logo após as encostas descemos até o nível da praia, onde caminhamos no meio de pedras. Subimos de novo até chegar num farol, onde a vista era maravilhosa. Dali já podíamos ver o pequeno vilarejo de Unstad e sua praia.
Chegando ali eu e a, alguns poucos loucos nos animamos a entrar nas águas geladas, mas não podia deixar de fazê-lo, afinal estava acima do circulo polar ártico!
Voltamos pelo interior e não pela costa, e a vista era maravilhosa, beirando montanhas e vendo o mar ao longe. Retornamos a Maervoll, onde o nosso Rorbu ficava numa antiga fabrica de peixe, nas margens de um fiorde com uma montanha a nossa frente.
7° Dia (13-08)
Como já era de costume saímos cedo para chegar a Storfjord , deixar as coisas e partir para a trilha, que seria a subida ao monte Justadtinden (740 mt).
A trilha era bem conservada e conseguimos chegar ao topo sem muitas dificuldades, apesar de ser bastante longa e com uma subida bem forte no final.
A sensação do alto foi indescritível, primeiro, o sentimento de ter conseguido chegar e segundo a vista maravilhosa do alto. Uma verdadeira jóia e bem diferente do que costumamos ver, pois misturado aos picos se via o mar com ilhas e picos ao longe.
A volta não posso dizer que foi tão agradável, as pessoas que estavam adiante e que andavam mais rapidamente decidiram com o coordenador de descer por uma outra trilha, não sinalizada e com uma baixada pela montanha... Fiquei nervoso, pois a decisão deveria ser tomada junto, até porque tinham pessoas com características diferentes. Moral da historia, eu e mais uma parte do grupo passamos por dificuldades para descer, visto que os outros dispararam na frente e não tinha trilha sinalizada. Alem do mais, o coordenador era a pessoa que tinha o GPS... Por sorte os arbustos de mirtilo davam a segurança para descer em uma encosta muito íngreme. E pelo menos com a gente estava Ezio, também do norte da Italia, que é muito mais experiente em montanha e foi orientando o grupo até chegar no alojamento.
O detalhe de final da trilha foi um belo arco-íris na descida da montanha.
8° Dia (14-08)
Saímos cedo em direção a Nusfjord, outra pérola de lugar. As nossas cabanas dessa vez ficavam no pequeno porto e eram as tradicionais de cor vermelha.
A caminhada foi uma das mais complicadas para mim, pois tinham trechos de escalaminhada, com correntes e uma escada de madeira numa encosta bem alta. Além do mais um ponto de pedras grandes, onde qualquer escorregada poderia cair em vãos de 2 a 3 metros de altura.
A paisagem era bastante normal, e chegamos a Nesland, uma cidadezinha ultra pequena com um pequeno porto que mais parecia uma cidade fantasma.
Começou a chover, esperamos um pouco e depois voltamos. A volta foi mais tranqüila e tivemos quase a tarde inteira para poder relaxar e conhecer o local. Eu particularmente fiz uma coisa que gostei sempre: remar. O estabelecimento que alugava o nosso Rorbu dava a possibilidade de remar de graça e eu aproveitei para pegar um barco e dar um belo passeio pelo fiorde. Incrível a quantidade de medusas que dava para se ver!
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